domingo, agosto 19, 2007

lento fim

eu sou uma ilha perdida no meio de um oceano qualquer e minha areiazinha de terra diminui cada vez mais, mais rapidamente a cada momento. acho que a água pode ser o choro, pode ser a solidão, é qualquer coisa de grandiosamente ruim que sobe por cima da minha terra e me diminui a cada momento que passa

eu peço por socorro, mas meu anjo da guarda desistiu de mim

eu continuo chamando, mas meu anjo da guarda desapareceu no meio da água

domingo, agosto 12, 2007

do cú do mundo

o jards ia tocando na vitrola.
como você é demodê, ele me disse.
eu já ia roendo unhas, pensando no nosso todo mal secreto.

as vezes assim, quando é de manhã num domingo - insosso - nessas horas em que, amarga, penso em desistir de tudo, apenas por pura falta de animo, penso que nós.
É que talvez a gente nunca tenha se conhecido bem. E ainda hoje, quando escrevo sobre você jogo com o pouco superficial que sei de ti. E tu de mim. Escreves?

E já ia arnaldo, na noite vazia.

Não entendo e sinto um ódio profundo de ti por teres escolhido essa vida: familia, casa, cachorro.
Que ainda ontem eras minha referencia de contrasenso - aquele que vivíamos.
Sinto me fiel a nosso contrasenso e as vezes, só as vezes, sinto profundo, nos ossos, que me traístes.
Aí penso que é. Ainda com ódio, sem te perdoar, aceito triste que nessa vida se tem mesmo é que ser feliz.
Será que a noite, sentes felicidade?
Talvez, com o filho.

Faz tempo quero te confessar: ainda penso naquele aborto.
E se eu tivesse tido o filho daquele argentino infantil? Será que teriamos casado só para ter?
Eu teria um bebê latino nos braços e o mundo no cú.
Larguei lá.
E tudo mais aqui, no verdadeiro cú do mundo.


não prometas escrever, meu Amor.
sou extremamente infeliz e insalubre por aqui.
do meio da merda, nenhuma pérola.

sábado, agosto 04, 2007

Deus ri da minha alma

o coração pararia.
falar do outro é falar de mim.
não sei quem é a minha mãe; meu pai tem a face angustiada - que dor.

não tenho coragem de ler seu diário, me dói. eu, a mulher, ela e ele, os filhos, não fomos suficientes pra diluir o teu sofrimento. quando leio tua letra, leio tua alma. imito tua letra. te amo. mas sempre vai haver algo de frio e alemão dentro da gente...

a identidade em si não existe - heterogeneidade, inconsciência, dissonância, desassossego -, quanto mais se a procura, menos a encontra.

foi uma infância irritada, foi esquecida, foi fugitiva, foi excluída das festas da família por vontade própria, foi mãe. foi o álcool, foi o cachimbo, foram os gritos agudos de uma juventude não-vivida, foi pai. foram nove meses congelando, foi eu.

"o coração, se pudesse pensar, pararia."

putamare, chancha.
soy un puto madrileño sin corazón

existência, razão!

te pongo loca.

perdoname, ya te escribo, cariño.

nota del exilio

hoy por la mañana, finalmente yo tuvo corajen para ponerme de pié, y salir por la calle. Te busqué un poco, pero yá tenia dientro de mi que eso és impossible.
salí con las palabras que a mi me gustarian decirte.
pero és que és muy loco, cachas?
ya no sé definir se tengo ganas de decirte nada. y todavia apenas dos segundos.
És que en verdad, nunca tu-vieras la decencia de decir me adiós.
Mi amor, yá me voy. Y es todo. Y yo, como una niña naif, esperandóte. Loca,días.
No pronto volvias, un año despues, dos tal vez, con los pelos cortos y rojos.
Yo me preguntava entonces (en la epoca), que te habria pasado, y como estarias, mi amor. Y vos, todavia no me hacias caso. Me pegava. Me sacava un beso, poniame en la cama y yá. Listo.
hasta luego mi amor. yo te amo.
y me quedava con la palabra, que creía como se fuera lo más rico regalo del mundo.
No volvias más, hasta que yo morisse y resurgirse del nada.


hoy, me enamoré de otra persona, mi cariño,

Lo miro decir algo, no me importa que. Sus palabras, su tristeza despierta y su vida (sy és un tipo vivo!) me dá ganas de llorar. Entonces elle me mira, pone su mano en mis pelos. Todo muy rapido. Desaparece por la puerta. Yo pienso en como me jodiste.
Lo miro otra vez, elle, que yá no és tu. Yá no sé decir sy él me mira.

estoy enferma.
fiebre.
Ya no puedo hablar.


és una question de lengua.
que dices, cabrón?

besos,
de tu puta,
juanita

quarta-feira, agosto 01, 2007

desassossego

Adios otra vez mi amia, mi compañera. Adios otra vez antes, durante y despues y por la ultima vez. Adios sin querer, adios no concebido, sin respeto, sin pedirte. Adios otra vez a tu cuerpo, a tus pellos, a tus manos, a los sonidos, pero nunca a las recordaciones. Adios otra vez a todos los erros desgraciados y ingratos y adios otra vez y mas otra vez a el nunca-entendimiento de la existencia, del placer, de la felicidad y del dolor. De Dios. No he visto el cuerpo, no he visto la alma. No he dicho adios. Solamente adios otra vez. “O coração, se pudesse pensar, pararia.”