sábado, agosto 04, 2007

Deus ri da minha alma

o coração pararia.
falar do outro é falar de mim.
não sei quem é a minha mãe; meu pai tem a face angustiada - que dor.

não tenho coragem de ler seu diário, me dói. eu, a mulher, ela e ele, os filhos, não fomos suficientes pra diluir o teu sofrimento. quando leio tua letra, leio tua alma. imito tua letra. te amo. mas sempre vai haver algo de frio e alemão dentro da gente...

a identidade em si não existe - heterogeneidade, inconsciência, dissonância, desassossego -, quanto mais se a procura, menos a encontra.

foi uma infância irritada, foi esquecida, foi fugitiva, foi excluída das festas da família por vontade própria, foi mãe. foi o álcool, foi o cachimbo, foram os gritos agudos de uma juventude não-vivida, foi pai. foram nove meses congelando, foi eu.

"o coração, se pudesse pensar, pararia."

putamare, chancha.
soy un puto madrileño sin corazón

existência, razão!

te pongo loca.

perdoname, ya te escribo, cariño.