something unusual, something strange

assuntos me ocorrem durante o dia, principalmente quando ainda ha a luz do sol, frases bonitas e especiais; as vezes me ocorre tambem de outras pessoas relatarem para mim ou ainda para outras terceiras pessoas frases bonitas e especiais as quais capto durante o dia, principalmente quando ainda ha luz. maquino todo o seu uso e a sua serventia, mas, tao logo anoitece, me perco entre os sons e os barulhos dos que sonham, dos que dormem, dos que roncam, dos que cantam no chuveiro, dos que discutem no andar de cima, e tambem do vento la fora, que carrega, junto com sua força fria, meus pensamentos, as frases bonitas e especiais, de quando ainda havia luz. e, ao anoitecer, perdida na falta de memória, na falta de assunto, na falta de estima, penso em sobre quem vou escrever. ha tanto o que dizer sobre cada um. todos me produzem poesia. em silencio, sem saber, sem saber que possuem esse segredo, todos me produzem poesia. muitas, muitas e muitas vezes, eu sei que nao vale a pena. as vezes, poucas, produz um susto bom. as vezes, é como estar num barquinho de papel, um barquinho pequenininho de papel, pequenininho de tanta ternura, tanta doçura, tanto cuidado e temor. de agonia da mudez imposta. o barquinho navega para longe. muitas vezes, ainda e outra vez, nao vale a pena. as vezes, ultimamente, sao uns olhinhos pequenos, inchados, mal-tratados. silenciosos quando encontram outros olhos, grandes, atentos, curiosos e, principalmente, invasivos. as vezes, é só confusao, como um texto cheio de referencias internas. as vezes é um amor cheiroso, com cheiro de abraço, com cheiro de rosa, com cheiro de ana. e mesmo com tantos outros olhos, tantas outras datas, cheiros, outros, sempre haverá o segredo numero um, o que nunca dá susto, o que nunca deixo de cometer; o que mais merece, o que parece menos receber. o segredo que menos pratico. desvalorizo. o segredo mais bonito. o menos secreto. cabe na palma da mão e me ama porque nao me machuca, assim, exatamente quando me ama.