quinta-feira, janeiro 11, 2007

engraçado eu ainda estar aqui, a escrever sobre ti.
passaram-se quantos meses desde que me mudei para esse apartamento? já não sei.
rio-me, pensando que aqui já estariamos discutindo o tempo outra vez.
o meu tempo, o teu tempo, o tempo do mundo e ainda o dos calendários, que seguem até hoje, mesmo depois de tanto tempo sem ti, a fingir que se apropriam do tempo.

pus tudo que te roubei dentro de uma gaveta, e ando pensando em abri-la por esses dias.

o que será que dirias de minhas gambiarras pela casa? do poster que despencou e quase caiu em minha cabeça, por minha preguiça imensa de por um prego direito na parede.
ao ver, que aquelas luminária que comprei, tao animada, ainda estao na caixinha de plastico. nao pus na nossa casa, tao pouco aqui.

sigo pensando o que voce pensaria.
é um tanto maluco nao?

te amo tanto por tudo que nem cabe dentro do peito.

as vezes, aparece uma nova pinta em mim, dessas bem pequeninhas, marrons. bem de vez em quando, quase nunca. e me lembro de você, a contar incessantemente minhas pintas, a perder a conta. rir, deitar pro lado e concluir: tens pintas demais.

tenho pintas, marcas, mordidas de mosquito, por todo corpo. sao mais meu corpo que meu próprio corpo.
sempre achei feio, minhas pernas manchadas, e voce, de uma forma infantil, insitia em dizer que achava lindo.
acho que estavas apaixonado.
eu também estava.

agora, ando cada vez mais desinteressante.
saio cada vez menos de casa.
os livros andam jogados por todos os cantos.
e a tua gaveta. eu a dei pra ti. segue intacta.