quinta-feira, dezembro 21, 2006

a doce tristeza de nao dormir nunca.

estava assim, adormecida a tarde e acordei depois de ter um longo sonho com voce.

lembro dos dias, em que voce tao machucado pela vida nao conseguia me dizer nada. e em que eu, cansada de tantos vais e vens de emoçoes, nao conseguia escutar nada.
mal nos tocavamos.
alguns gestos de imenso carinho, mas apenas pela metade.
um meio beijo, um meio cafune.
deitavamos, eu fumava, voce me fazia cara feia pela fumaça, sorriamos e voltavamos a mergulhar em nos mesmo.
ao te lado, de alguma forma inexplicavel, achava que existia algum sentido, talvez o mesmo que vivo perdendo pelas ruas.
voce, dormia tranquilo, e ja nao rangia os dentes.

foram dias bonitos aqueles.
repleto de -nossas- tristezas.

nenhuma força a mais para levantar da cama, nenhuma palavra animadora e nada de "vai ficar tudo bem". a unica vez que busquei -muita- força para dizer, em voz fraca e vacilante, essa frase, voce brigou e a jogou fora.

é que nada ia ficar bem.
e nada esta, ainda agora.

voce a caminhar por ai.
eu imovel aqui.
e de vez em quando mudamos de posiçao.

senti tua tristeza de uma forma tao intima, e sabia que sentias a minha da mesma forma, que ja, depois de alguns dias, nem podia te olhar nos olhos.

e agora, na verdade, nem sei.
se melhor com tua nao presença, ou com a tua ausencia confirmada.

m.