Vestiu um vestidinho ridículo, na tentativa de se fazer mais bonita. Desembaraçou os cabelos com certa pressa, se maquiou de forma descuidada e saiu de casa.
Precisava desesperadamente se sentir bem, e foi dançar a uma discoteca, que lera em algum lugar que era da moda. Sempre teve uma ingenuidade disfarçada e cria nos jornais mais do que deveria. Adorava lê-los pela manhã. E essa manhã mesmo, havia circulado o nome e o endereço de uma boate “inn”.
Algo tenho que admitir, qualquer um que a visse naquela noite diria que estava notável. Bonita, não. Mas a sua vontade de parecer bem era tão indisfarçável, que chegava a ser curiosamente triste. Tinha uns olhos perdidos e volta e meia lembrava de forçar um sorriso.
Chegou a boate, uma portinha laranja e rosa, com letras modernas, bem grandes na porta. Entrou decidida e pediu um drink. Dessa vez não achou graça. Apontou qualquer um no cardápio, agradeceu e foi ver a pista de dança.
O lugar era horrível. Tudo de um mau gosto indescritível, e ali, apenas uma dúzia de turistas meio perdidos.
De alguma forma, sentiu-se confortável.
Uma musica dos Beatles começou a tocar. Ela terminou a bebida e dançou. O vestido roto, de bolinhas já algo apagadas, ia ficando molhado. Ela dançava, com ódio. Dançava desajeitada. de qualquer jeito. O importante era movimentar-se, pensou sem nem se dar conta.
Naquela noite ninguém a olhou.
Ela tampouco percebia a falta de elegância em cada movimento seu. O vestido ficando molhado, os cabelos em pé. Ela dançava, dançava, de olhos fechados, franzindo o rosto como se fizesse um trabalho muito pesado.
Não bebeu mais. Dançou a coleção inteira de beatles, beegees e terminou sozinha na pista, quando já não ha-se-via mais quase ninguém, dançando uma musica melosa do roupa nova.
Acenderam as luzes da discoteca moderna.
-Caralho, não quero voltar pra casa.
não tinha outro lugar pra ir. Sem refúgio, saiu. Suada, rota, acabada.
Pensou que voltaria ali. Mas, por certo não voltaria nunca mais.
m.
Precisava desesperadamente se sentir bem, e foi dançar a uma discoteca, que lera em algum lugar que era da moda. Sempre teve uma ingenuidade disfarçada e cria nos jornais mais do que deveria. Adorava lê-los pela manhã. E essa manhã mesmo, havia circulado o nome e o endereço de uma boate “inn”.
Algo tenho que admitir, qualquer um que a visse naquela noite diria que estava notável. Bonita, não. Mas a sua vontade de parecer bem era tão indisfarçável, que chegava a ser curiosamente triste. Tinha uns olhos perdidos e volta e meia lembrava de forçar um sorriso.
Chegou a boate, uma portinha laranja e rosa, com letras modernas, bem grandes na porta. Entrou decidida e pediu um drink. Dessa vez não achou graça. Apontou qualquer um no cardápio, agradeceu e foi ver a pista de dança.
O lugar era horrível. Tudo de um mau gosto indescritível, e ali, apenas uma dúzia de turistas meio perdidos.
De alguma forma, sentiu-se confortável.
Uma musica dos Beatles começou a tocar. Ela terminou a bebida e dançou. O vestido roto, de bolinhas já algo apagadas, ia ficando molhado. Ela dançava, com ódio. Dançava desajeitada. de qualquer jeito. O importante era movimentar-se, pensou sem nem se dar conta.
Naquela noite ninguém a olhou.
Ela tampouco percebia a falta de elegância em cada movimento seu. O vestido ficando molhado, os cabelos em pé. Ela dançava, dançava, de olhos fechados, franzindo o rosto como se fizesse um trabalho muito pesado.
Não bebeu mais. Dançou a coleção inteira de beatles, beegees e terminou sozinha na pista, quando já não ha-se-via mais quase ninguém, dançando uma musica melosa do roupa nova.
Acenderam as luzes da discoteca moderna.
-Caralho, não quero voltar pra casa.
não tinha outro lugar pra ir. Sem refúgio, saiu. Suada, rota, acabada.
Pensou que voltaria ali. Mas, por certo não voltaria nunca mais.
m.
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