Hoje pela manhã, tomando meu café e lendo o jornal, como de hábito, li uma notícia que me lembrou você.
pitoresco talvez relacionar os três, você a noticia e eu, mas o fato é que lembrei de você desesperadamente, e tentei me convencer de que a opção que tomei, por ir-me embora, foi por fim a melhor.
um casal de americanos. o homem enforcou a mulher, cozinhou sua cabeça e o resto do corpo cortou em pedacos e pôs na geladeira.
depois se matou.
gargalhei mórbida, com o cigarro colado na boca.
achei graça lembrar de você, fazendo uma metáfora ridícula, como sempre sigo fazendo.
em nossas conversas era sempre eu quem nos comparava com uma faca e um garfo, ou com um cocô e uma mosca.
depois, fui invadida por uma tristeza quase insuportável. mas não senti tua falta.
abri meu armário capenga, que foi o único que encontrei por preço baixo e aí sim, senti falta. mas apenas de uma velha camiseta listrada.
acho que deixei pendurada aí, atrás da geladeira. na certa apodreceu, ou queimou, de tanto esperar por ficar seca.
nunca sinto pena. e não tenho pena de nada disso. estou por fim, em meio a tanto medo e desespero, encontrando quem eu sou. o que talvez não exista.
as vezes sinto vontade de te dizer que mudei um pouco. que ja não uso brincos, esmaltes, e que tenho ficado cada vez mais sóbria, usando marrom, a cor que você mais odeia.
talvez faça pra te provocar, mesmo sabendo que você não vê.
não tenho forças pra construir uma vida. tiro forças dos livros, de historias sensacionalistas de falsos-herois da tv, de filmes de ação. me arranco as tripas e você, com seu jeito simplista, nunca entenderia.
m.
pitoresco talvez relacionar os três, você a noticia e eu, mas o fato é que lembrei de você desesperadamente, e tentei me convencer de que a opção que tomei, por ir-me embora, foi por fim a melhor.
um casal de americanos. o homem enforcou a mulher, cozinhou sua cabeça e o resto do corpo cortou em pedacos e pôs na geladeira.
depois se matou.
gargalhei mórbida, com o cigarro colado na boca.
achei graça lembrar de você, fazendo uma metáfora ridícula, como sempre sigo fazendo.
em nossas conversas era sempre eu quem nos comparava com uma faca e um garfo, ou com um cocô e uma mosca.
depois, fui invadida por uma tristeza quase insuportável. mas não senti tua falta.
abri meu armário capenga, que foi o único que encontrei por preço baixo e aí sim, senti falta. mas apenas de uma velha camiseta listrada.
acho que deixei pendurada aí, atrás da geladeira. na certa apodreceu, ou queimou, de tanto esperar por ficar seca.
nunca sinto pena. e não tenho pena de nada disso. estou por fim, em meio a tanto medo e desespero, encontrando quem eu sou. o que talvez não exista.
as vezes sinto vontade de te dizer que mudei um pouco. que ja não uso brincos, esmaltes, e que tenho ficado cada vez mais sóbria, usando marrom, a cor que você mais odeia.
talvez faça pra te provocar, mesmo sabendo que você não vê.
não tenho forças pra construir uma vida. tiro forças dos livros, de historias sensacionalistas de falsos-herois da tv, de filmes de ação. me arranco as tripas e você, com seu jeito simplista, nunca entenderia.
m.
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