quinta-feira, setembro 06, 2007

hoje de manhã, entre um passarinho entruso e um copo quebrado chegou-me uma carta por debaixo da porta.
Reconheci sua letra no envelope. Acho que poderia reconhecer sua letra desde kilometros. É que, como sempre te disse, há qualquer coisa nela. Uma vibração que vem junto a letra.
- no futuro vão me psicografar. - Fizestes troça.
- me dê o prazer. - Falei a sério.
apenas juntei os cacos por debaixo de um tapete velho e feio e rasguei seu envelope. Bem no meio de suas letras. Agora acho que para me sentir mais forte diante daquela letra que tanto me oprime.
Um dia escreverei, apenas por pura ironia, sobre o efeito de suas mensagens - que as manda apenas quando quer e da forma que quer -.
Tinha algum humor em suas palavras que não me senti disposta a alcançar. Compreendi que você de alguma forma absurda me dizia que percebera -agora- que vrement c´est finit. zéfini.
-
As vezes queria que visses a vista que tenho aqui da minha janela.
Estou a kilometros de ti meu amor, e tampouco percebes o tamanho de nossa distancia.
O amor não é mais suficiente.
-
E a verdade - olho janela afora - é que não lhe reconheci em suas palavras. Entao percebestes que não mais estão meus chinelos espalhados pela sua casa? Só agora? E que o copo sujo de leite hoje não paira sobre a pia de mármore que sua mãe insiste em trocar?
Me deixas sem possibilidade de sentir.
Como fostes incapaz de perceber que me assassinastes da forma mais fácil e cruel do mundo.
És doce.
-
Pisou em um caco. Deu um grito.
Sentou no chão e chorou. Alto.

2 Comments:

Blogger passounanovela said...

me li.

7:32 PM GMT-2  
Anonymous Anônimo said...

ARGH:(

7:54 PM GMT-2  

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