feliz natal, com amor
foi em montparnasse, décima quarta arrondissement, paris, frança. era dia de natal, e inusitadamente o dia estava verde; o gelo, derretido; podia-se ver bem os túmulos (encontrei beauvoir, mas não durkheim). o que importa é que, longe de tudo o que me é familiar, agindo como tudo o que não me é familiar, fomos ajudar à preparação da ceia natalina de uma igrejinha próxima. não sei de onde surgiu, mas era desdentado, sujo. faminto, enorme, preto. sentou-se ao meu lado e falou em francês. respondi que não entendia. só falava português, inglês, espanhol... ao que obtive de resposta que ele só entendia o francês e o alemão. e em seguida, alegre e doce, mirou-me nos olhos e avisou: moi - apontando para si -, toi - apontando para mim -, amour.
moi, toi, amour. e nada mais.
moi, toi, amour. e nada mais.
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